Numa outra vida qualquer, devo ter feito algo de muito grave, para sentir tanta Saudade...
Entalar um dedo na porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói.
Um estalo, um soco, um pontapé , doem. Dói bater com a cabeça na quina da mesa.
Dói morder a língua, dói cólica e pedra nos rins.
Mas o que mais dói é a Saudade.
Saudade de alguém que mora longe,
Saudade de uma praia de infância,
Saudade do pai/mãe que morreu,
Saudade de um lugar (acolá lá, lá ali, acolá além...)
Saudade de nós mesmos, que o tempo não perdoa.
Doem estas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
Não saber como parar as lágrimas diante de uma música,
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
É não saber se ela/ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é o que eu senti enquanto escrevia,
E o que você provavelmente sentirá depois que acabar de ler.
Saudade .......... Saudade ........... Saudade .......
Fernanda Grilo (Grilinha)
segunda-feira, janeiro 07, 2008
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